Uma fábula assustadoramente famliar

A situação do Avaí dentro de campo está ruim, claro, tivemos uma pequena melhora, porém nenhuma vitória em cinco jogos é algo vergonhoso, ainda mais por estarmos jogando o Campeonato Estadual e não o Brasileiro. Há muita coisa podre no Reino da Ressacada, e para ilustrar minha visão e insatisfação disso, contarei a você nobre leitor uma fábula.

Em um reino que chamaremos de Ressacada havia um rei muito bondoso, por muitas vezes, considerado bondoso até demais por seus súditos, essa bondade era tanta que muitas de suas decisões acabavam sendo equivocadas por ele pensar que todas as pessoas são boas e merecem ser agraciadas com coisas boas. No entanto esse rei ficou cego devido a sua bondade e muita gente começou a se aproveitar disso, principalmente os membros mais próximos da sua corte, gente despreparada e sem amor pelo reino e pelos súditos do reino, gente interessada apenas em si próprio e nas moedas de ouro do reino.

Cada vez mais o rei escolhia para sua corte pessoas despreparadas, gente que assumia uma função sem ter conhecimento a respeito dela, gente que onerava os impostos fazendo com que os súditos do reino sofressem e se distanciassem do reino. Gente que taxava impostos altos demais pelos produtos produzidos no reino, enquanto os mesmos produtos podiam ser comprados por preços muito mais baratos no reino da Nike por exemplo. Gente que ao invés de trabalhar para enaltecer o reino e seus cavaleiros, dava mais importância em confeccionar batas alusivas a uma batalha que o reino quase perdeu ou então não dar o devido reconhecimento a um cavaleiro muito respeitado no reino que voltara após longo período fora.

Esse rei tinha um filho, que por muito tempo não teve interesse nos afazeres de príncipe, aquela vida não lhe interessava, e isso entristecia o rei, pois ele amava muito seu filho e queria sempre estar perto dele, afinal é isso que todo pai quer, rei ou não. Para alegrar o príncipe o rei o mandou estudar nas melhores escolas, deu a ele a oportunidade de frequentar os melhores cursos e lugares, mas parece que o filho não aproveitou isso muito bem. Visando o bem estar do filho, o rei montou-lhe um negócio, uma equipe de corrida de cavalos em miniatura, porém o príncipe se mostrou um péssimo administrador e o negócio simplesmente faliu por falta de capacidade de gerenciamento. Após essa decepção o rei voltou a lhe abrir um negócio, que não me recordo agora do que se tratava, afinal essa é uma história muito antiga e fictícia, mas o negócio voltou a falir, demonstrando a total falta de habilidade do príncipe em gerenciar qualquer tipo de negócio.

Vendo que o príncipe voltara a fazer o que sempre fez, ou seja, nada, o rei decidiu trazê-lo para sua corte para que ele pudesse tomar conta de alguns negócios do reino, e essa sem sombra de dúvida, foi uma das piores decisões tomadas pelo rei. O filho foi encarregado de cuidar do gerenciamento dos cavaleiros do reino, a tarefa constituía-se em buscar novos cavaleiros e manter os antigos motivados para lutar pelo reino. Como não tinha nenhum experiência nisso, fato que já havia sido comprovado uma vez que recrutou um cavaleiro muito, muito velho só porque ele havia sido bom um dia num reino chamado Rio de Janeiro, resolveu buscar ajuda. O problema é que sem experiência o príncipe ficou a mercê de gaiatos que o convenceram que ele precisava deles para exercer sua nova função, lhe mostraram um currículo um tanto quanto duvidoso e o príncipe simplesmente caiu na lábia dessas pessoas, que não eram súditos do reino o que levantou muita desconfiança entre os súditos e alguns membros da corte. Como pessoas que não conheciam a realidade do reino e que ninguém nunca tinha ouvido falar, a não ser pelo sobrenome de um deles que era o mesmo de um grande Barão ao norte do reino, poderiam ajudar o reino?

O rei até percebeu que as novas amizades do príncipe não eram benéficas ao bem maior de todos, o reino, mas querendo ter o filho ali, perto dele, foi omisso e permitiu que o filho e seus novos amigos gerenciassem o cargo que lhe foi dado. De uma hora para outra vários cargos foram criados para "ajeitar" todo aquele pessoal trazido pelo príncipe, primeiro alocaram eles a cuidar do treinamento dos jovens cavaleiros mas em pouco tempo com uma manobra por baixo dos panos aquele homem foi alçado a assessor do príncipe cuidando dos cavaleiros. O que se viu a seguir foi uma sequência de decisões erradas, uma briga de egos enorme com outros membros da corte, estes competentes, e nada de melhorias no que tangia a questão dos cavaleiros do reino. O rei continuava omisso, acreditando que o príncipe se sairia bem, no entanto todos os súditos do reino sabiam que isso não aconteceria, mas o rei, incrédulo preferiu dar razão a uma única pessoa e não aos súditos.

Essa história te remete a algo, nobre leitor?